segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Resenha - O Homem-Concha


O texto da obra é simples e de fácil compreensão.

Uma obra bem tupiniquim, com grande apelo pela natureza. Exaltação das cores brasileiras, uma das marcas facilmente perceptíveis. O espetáculo, um convite do autor, fica por conta do passeio mental, nas paisagens descritas. É possível sentir o que o personagem está vivenciando. O livro é mais que apenas um conto, é também, um passeio pela alma humana, vivido por um personagem não humano, será? Claro que é um personagem diferente do contexto humano. Mas o autor, intecionalmente, ou não, esconde dentro da concha, o nosso eu. A obra expõe, aos poucos, o drama do diferente. Não porque o personagem seja fisicamente diferente, mas pelo que somos diante do diferente, principalmente quando este diferente não está dentro de padrões/convenções aceitáveis.

A perfeição é o pior dos defeitos! Essa é, provavelmente, a  principal constatação e a mensagem desta obra. E em sua imperfeição física, o personagem mostra-se muito mais humano que os humanos. A obra retrata a dor da perda e o risco que se corre pelos que amamos. A aceitação inconteste pela condição existencial, sem prejuízos para a própria vida. O drama da aceitação do diferente. O coflito da alma e o respeito pelo simplório, que muitas vezes fica esquecido em dramas cotidianos. Neste caso, é como se o personagem fosse o que somos, no nosso inconsciente, querendo libertar-se.

O autor junta personagens de uma forma interessante, todos atraídos pelas mesmas necessidades, que são comuns e atemporais. Amor, carinho, respeito e companhia. Não há como não se prender à obra, querendo ver o seu final. Em algum momento da leitura eu já pensava em como o autor poderia terminar o conto, sem ser demasiado triste. Fiquei surpreso, ele deixou inúmeras possibilidades para o futuro do personagem. Na obra, nada ficou sem explicação, apenas a curiosidade por saber como é que tudo vai ficar mais à frente.

Na minha opinião a obra tem muito mais a ser explorado, tudo indica que vai. Acredito que o perfil do personagem foi propositalmente criado de forma a permitir passeios pelo labirinto da alma humana.

Vou falar da capa. De início, achei-a simples! Afirmo que no começo tive lá minhas dúvidas. Mas para que complicar, não é mesmo? Quando fechei o livro, após terminar de lê-lo, entendi a profundidade da mesma. É uma concha sim, mas vista de cima, tendo a oportunidade, faça o teste. Foi minha última descoberta e gostei de perceber a inteligência no detalhe da capa, simples e inteligente. Como eu disse, para que complicar?

É uma obra que pode ser lida por qualquer um e em qualquer época, fácil de entender e emocionante. Na simplicidade de meu conhecimento literário, eu recomendo.
Sobre o autor: Nascido em Blumenau no ano de 1974, o escritor passou cada etapa de sua vida na cidade. Formado em Letras e mestre em Ciência da Informação, iniciou a sua aventura pela escrita em 1988. Além do livro “O homem-concha: a casa do penhasco”, Johnny Virgil é autor do livro “Breves“, editado em 1998, e consiste em uma seleção de poemas. Fonte
J.C.Hesse foi o resenhista, e é o responsável por este blog e atua como Aux. Adiministratvo do blog Clube dos Novos Autores.

11 comentários:

Marli Carmen disse...

A resenha ficou divina! Maravilhosamente bela! Parabéns!

Clube dos Novos Autores - CNA disse...

Interessei-me pelo livro.
Gosto muito deste tipo de assunto; até ensaio uns passos com este tema, mas não é a mesma coisa.
Parabéns pela resenha, Jean.
Abraços.

Ocelo Moreira disse...

Olá!
Adorei a resenha, muito boa mesmo.
Parabéns pelo lindo comentário.
Confesso que fiquei interessado em conhecer o livro, vou até colocá-lo em minha lista de desejados.
Abraços,
Ocelo.

Francine Cruz disse...

Adorei a resenha e me apaixonei pela capa do livro, muito linda!!! Parabéns.

Rosane Fantin disse...

Muito boa resenha, Jean! Já tinha lido sobre esse livro em outra resenha igualmente positiva. O tema é muito interessante e universal. Maravilhosa dica de leitura!
Beijo!
Rosane

Cesar S. Farias disse...

A resenha faz um raio X das intenções do autor e nos dá uma noção sobre a beleza da obra. Muitas idéias novas vêm surgindo no nosso cenário alternativo.

RUDYNALVA disse...

Jean!
Nada como ter o dom da palavra para resumir essa obra que a meu ver, é sublime e fantástica.
Parabéns pela resenha!
Fiz resenha do livro lá no blog também, se desejar ler, gostaria muito de ouvir seu comentário.
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com/2011/11/resenha-32-o-homem-conchaa-casa-do.html

maria claudete disse...

A perfeição da Resenha é um estímulo a mais, está de parabéns quem a fez. Espero poder fazer a divulgação no nosso Blog, aguardo sua confirmação. Bjs.

Mia disse...

Não vejo a hora de ler esse livro.
Cada resenha que leio me deixa mais ansiosa.
Parabéns!!!
Bjs

maria claudete disse...

Obrigada pela visita e fico feliz de poder fazer a divulgação , quanto mais melhor. Reproduzirei com todos os créditos. Abraços e boa semana .

@ Moda e Eu. disse...

A resenha ficou super linda.


Sthéfanie Paula Cachoeira Rezena – modaeeu.blogspot.com
Autora e Coordenadora de Divulgação
CLUBE DOS NOVOS AUTORES


Beijinhos, Blanc.