quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Do barro ao e-book

Para chegar até nós, a "condição de transmitir e conservar noções abstratas ou valores concretos" percorreu um longo caminho de aperfeiçoamento. Não entendeu muito bem? Foi proposital, na verdade estou falando do "livro", isso mesmo, esse amigo que acompanha a história e os sentimentos, registrando e emocionando. Foi obrigado a se esconder na antiguidade, por questões políticas e religiosas, mas mesmo assim, sua única amarra é à vontade de seu dono, o escritor e autor, a "quem" obedece cegamente.

Sua personalidade, seu perfil e seu gênero são determinados por seu progenitor, quem lhe dá caráter de "obra". Mas como todo filho, é o mundo que vai imortalizar sua existência. Todo livro nasce para ser esquartejado e dissecado, quanto maior o sucesso, mais será dissecado. Mas ao contrário do que se possa imaginar, isso será uma prova do seu sucesso.

Primeiro eram as placas de argila ou de pedra. Posteriormente o papiro, normalmente acondicionado em pequenos rolos. Nestes rolos o "texto" estava gravado em forma de colunas, algo como imaginar várias páginas de um livro atual, lado a lado. Chegavam a ter por volta de sete metros de comprimento. A origem do papiro é vegetal, não muito diferente dos atuais livros. Feito a partir de plantas, que era uma parte da planta, esta parte era tratada como "liberada" ou livrada, que no latim era libera ou livre. Os papiros encontrados até o momento, apresentam como datas de escritos datados do século II a.C..

O pergaminho surge como alternativa ao papiro, feito do couro de animais e apresentando maior durabilidade ao longo do tempo. Sua origem mais provável é Pérgamo, de onde nome pergaminho pode ter surgido, uma cidade da Ásia menor.

Os Gregos possuíam um grande conjunto de Leis e acessar esse conteúdo era extremamente trabalhoso, sempre tinham que manipular vários rolos de papiro Além de ser “complicadamente” frágil a manipulação dos referidos rolos. Essa necessidade de manter as Leis escritas em um formato mais fácil de acessar, leva-os a criar o "códex", assim, o papiro perde terreno.

O códex é uma compilação de páginas, deixando a tradicional forma de rolo, de lado. Usar o formato códex (ou códice) associado ao material pergaminho, que se tornou uma forma auxiliar e muito prático, pois era só costurar códices de pergaminho, formando conjuntos organizados, logo o formato códice é o elo de ligação que leva os antigos a pensar,  rusticamente, na forma característica de um livro.

O “encadernamento” foi um salto natural, parecia o limiar da evolução, mas assim como a humanidade, o livro começou a evoluir para um outro nível, o eletrônico, são os e-book's. Sai de cena o papel e entra o meio eletrônico, é claro que é uma evolução natural, diante de toda a tecnologia que o mundo apresenta. Torçamos então para continuarem a existir os livros escritos, pois uma "inquisição literária" hoje, poderia vir a ser muito mais catastrófica do que já foi no passado. Vivas os apaixonantes livros escritos, mas replantem as árvores necessárias à eles.


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Abraço de seu futuro e eterno amigo,
J.C.Hesse

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