Costumo dizer que os pequenos detalhes é que compõe o todo, clichê, é claro. Mas é a pura verdade, foi assim que começou meu novo livro. Agora vocês podem ler e saber, em primeira mão, como tudo começou realmente, nesta nova etapa, romance.
São
Paulo, Atibaia, Bruno descansava depois de realizar seu costumeiro
rappel na Pedra Grande. Utilizava estes momentos para pensar em sua
vida e tomar decisões importantes. Era na verdade, o primeiro
momento, depois que saíra do acidente, sofrido oito meses atrás.
Ali, lembrava-se, saudosamente, dos tempos de moleque. Cresceu
brincando naquele vale, conhecia cada canto, cada ravina e árvore
dali.
Bruno
tinha por volta de 1,80 metros de altura, bem formado fisicamente,
não havia como deixar de chamar a atenção das garotas e por gostar
de brincar de jogar basquete foi convidado, por diversas vezes, a
participar do time da cidade. Mas por opção preferiu ajudar seu pai
a cuidar de sua mãe e da banca de frutas, de onde tiravam todo o
sustento.
_
Pai, mãe? - Lembrava-se.
_
Sim meu filho? - Responde a mãe.
_
Neste final de semana será meu dia de folga certo?
_
É sim meu filho, porque? - A pergunta do pai era mais uma retórica,
confiava nas decisões do filho.
_
Vou passar a noite, de sexta para sábado, na Pedra Grande.
_
Sozinho? - Pergunta a mãe.
_
Sim, quero dormir sob as estrelas.
_
Veja se não fica no mundo da Lua tá legal. - Brincou o pai.
_
Não se preocupem, já contei, também, ao Adalberto. - Era um
costume dos dois amigos sempre que iam se meter em alguma aventura
solitária, um informar ao outro.
Aquela
era uma região sossegada, mas com o tempo virou ponto turístico
justamente pela geografia, que permitia a prática de esportes mais
radicais. Bruno, enquanto pode, passou muitos dias por ali, após a
escola, caçando passarinhos no meio daquela vegetação. Em alguns
dias, o pai era seu companheiro de diversas aventuras, foi algo que
estreitou ainda mais os laços de pai e filho. Agora, com 28 anos
estava maduro o suficiente para saber bem o que queria da vida.
Neste
lugar sentia que o mundo estava a seus pés, embora já tivesse
escalado mais de umas centenas de vezes, cada vez era como se fosse a
primeira. Respeitava demais essa pedra, pois já vira pessoas caírem
dela e se machucarem bastante.
Desta
vez fizera a escalada com a intensão de acampar e passar a noite
ali. Para isso levava uma barraca bem leve, frutas, lanches feitos
com pão de forma, presunto e mussarela, além de duas pequenas
garrafas, uma com água e outra com café. Tinha a intensão de
dormir tarde, queria curtir as estrelas, usando este momento para
refletir. O final do dia se aproximava e à aquela hora não haveria
mais ninguém, estaria sossegado até as seis da manhã, quando tudo
começava novamente. Mas neste horário já pretendia estar de
acampamento levantado.
O
som característico de ganchos sendo presos nos fixadores, usados
para escalar o lugar, lhe chama atenção. Alguém estava subindo,
foi até a beirada da pedra. Tentou olhar e ver se conseguia perceber
quem estaria chegando, sabia que não seria nenhum conhecido pois,
com exceção de seu pai mais ninguém sabia que ele estaria ali,
aguardou.
Os
minutos se arrastaram, então surgiu um capacete e logo uma mão, um
braço e um vulto. Ele aguardou que a pessoa estivesse em uma posição
mais segura e esticou a mão, com a intensão de ajudar. Quando a
pessoa o viu se assustou e escorregou, voltando um metro para trás e
chocando seu corpo contra a rocha. Ele deitou seu corpo, buscando
alcançar a pessoa, que se não fosse pelas cordas teria despencado.
_
Pegue a minha mão!
_
Só um instante, preciso desenroscar a corda. - Respondeu uma voz
feminina, enquanto tentava se desvencilhar de algo.
A
medida em que a mulher ia se livrando dos cordéis e sintas de
amarração, jogava seu cabelo de lado. Seu rosto era revelado, pouco
a pouco e Bruno a observava atentamente. Estava preocupado com ela,
afinal estava pendurada a uma grande altura do chão, mas demonstrava
uma frieza muito grande em seus movimentos. Parecia conhecer muito
bem o que estava fazendo.
Por
um breve instante ela olhou para cima e seus olhares se cruzaram,
Bruno sentiu seu coração disparar no peito. Procurava manter a
calma, mas era inegável que aquela mulher estava tirando-o de sua
habitual calma.
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Ao utilizar todo ou parte deste texto, agradeço se mencionar a autoria.
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Abraços, J.C.Hesse - Autor de TallekAssessor Administrativo do Clube dos Novos Autores - CNA
Meus Blogs: Janela do Universo - JU e Diário do Zézu - DZ
Meu Twitter: JCHesse
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