quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Motocontínuo

Resolvi me divertir com as palavras! E comigo mesmo!


O sono do justo

enquanto o corpo descança a cabeça se agita,
a alma procura encontrar um caminho lúcido,
mas hà necessidade física do repouso,
necessário e merecido,
é a busca do corpo,
pelo instante dos justos.

não controlo o que acontece,
o filho de Hipnos cuida deste momento,
estou nos seus braços e Morpheu no comando,
não sei onde estou,
ou aonde estou indo,
mas com certeza ele conduz,
a viagem me seduz,
poderia ser assim indefinidamente.

sobrevoando planícies,
saltando montanhas,
mergulhando nas profundezas oceanicas,
não tenho lágrimas neste mundo,
onde tudo conspira a meu favor,
mesmo quando tudo está errado,
passo voando e nada vejo,
salto do escuro à luz,
mergulho e chego a uma praia,
simples assim,
tudo se resolve.

não sou o dono de nada,
mas posso tudo,
meus olhos tudo enxergam,
são pequenos filmes,
de uma película criada por Morpheu,
todos fazem parte,
até os que partiram,
neste lugar sempre tenho as respostas,
mas não precisam de sentido,
não precisam de lógica,
posso tudo.

vejo milhares de portas e todas abertas,
poucas saídas e muitas entradas,
vejo milhares de saídas,
poucas portas se fecham,
não as passo e não as uso,
conheço o outro lado,
é meu lado mais sombrio,
sem coerência e razão,
onde o que mais preciso,
a liberdade de viver,
é o que menos importa,
pois nunca a perco.

todos os caminhos são novos,
reflexos de mim mesmo,
do que vivi,
do que queria viver,
da vontade de ser,
o que sou aqui,
este é o meu mundo,
onde o que mais posso,
é o que menos faço,
todas escolhas não importam,
só levam à próxima porta,
ao próximo caminho.

não sei o fim,
mas este momento acaba,
tudo some,
às vêzes até a lembrança,
fica para outro instante,
fica para outra noite,
o embalo vivido,
o descanço desejado,
deste sono.

No despertar do guerreiro
toca o despertador,
num reflexo militar,
no tapa exijo seu silêncio,
obedece inconteste e contrariado,
pois eu mandei que gritasse àquela hora,
seu eco ainda está reverberando,
preciso mudar este funcionário,
que grita me acordando,
me contradigo.

preciso de algo doce,
neste momento imposto,
devo e não quero abrir os olhos,
um martírio necessário,
o corpo resiste e ainda dorme,
os olhos ainda dormem,
resistem até onde podem e se abrem,
na penunbra do quarto,
um fio de luz,
do dia que já acordou.

o corpo nem sinto,
nem sei se tenho,
mas o fio de luz está lá,
jogando seu foco nos dedos dos pés,
é um sinal,
como um botão de iniciar,
apresenta os atores,
que vão conduzir o corpo.

todos os sentidos vão voltando,
com eles as lembranças,
do dia passado,
do sonho sonhado,
do sonho esquecido,
com eles os sons,
dos pássaros cantando,
dos carros rugindo,
da vida cobrando,
com eles o sabor,
do café quentinho,
da manteiga derretendo,
que o corpo vai querendo.

um movimento apenas,
o segundo movimento do dia,
o primeiro calou o grito do despertador,
que quieto assiste o agressor,
que agora sofre para levantar,
é preciso fazê-lo,
estalar os dedos dos pés,
porque não os das mãos,
um giro no corpo,
mas não por vontade,
o que comanda é a necessidade,
sair do marasmo,
sair do sono,
atender ao chamado do mundo,
um mundo que não espera sentado.

À nova batalha
levanta corpo,
saia deste marasmo,
todo dia uma luta,
já não bastam os problemas,
porque insiste em resistir,
de onde tira esta coragem covarde,
de enfrentar seu dono,
amo e senhor,
levanta ou lhe jogo ao chão,
para que dele saia,
cheio de vergonha,
vá a luta,
não permita a derrota,
mesmo antes do jogo começar,
vamos,
um pé de cada vez,
vai perna,
ajuda,
és tú que sustenta o todo,
o todo do qual faz parte.

os pés tocam o chão,
não há volta,
a cama chama de volta,
o corpo sente a necessidade,
o mundo espera,
a vida não espera,
é preciso força para escapar,
das amarras do desejo,
do desejo de deitar,
mas há algo a fazer.

é hora de acelerar,
o mundo não espera,
minha vida não espera,
vidas me esperam,
vidas que conheço,
vidas que me conhecem,
que esperam que eu não pare,
vai corpo,
temos o que fazer.
Na busca por respostas
tenho muito o que decidir,
respostas a formular,
respostas a receber,
decisões são sempre importantes,
decisões a tomar,
decisões a esperar,
que não podem demorar,
atrasa os objetivos,
atrapalha o desenrolar.

enquanto se espera uma resposta,
se faz outra pergunta,
para adiantar a outra decisão,
cadê minha resposta,
a que preciso para decidir,
a que devo dar a alguém,
todas exigem ação,
uma pergunta leva à outra,
uma resposta exige ação.

sem objetivos,
não existe projeto,
projetar é sonhar acordado,
quero ser um sujeito normal,
mas o mundo molda um ser maluco,
que anseia por respostas,
que quer soluções,
cadê minhas respostas,
as que preciso dar,
as que preciso receber,
todo projeto necessita de respostas.

tenho algo a cumprir,
algo para eu me realizar,
não são as mesmas coisas,
cumpro com o que preciso,
da melhor forma possível,
mas para me realizar,
tem que vim de dentro,
do que faço por amor,
todo o restante faço com carinho,
e a cada conquista me realizo.

conduta,
comportamento,
projetos,
objetivos,
metas,
tudo nos cobram,
e cobramos também,
assim sou eu,
assim somos nós,
assim é a vida.

Apesar de tudo
com sorte e esforço,
busca e determinação,
chegam as respostas,
encontro as respostas,
forneço respostas,
hora de decidir,
o que fazer com algumas respostas,
maldita solução,
quando vira problema.

de um lado para o outro,
vai o pensamento,
mais rápido que o corpo,
muda de direção,
quando o corpo chega,
quer saber do andamento,
tem que sair do papel,
o projeto,
senão, um problema se torna.

é uma guerra limpa,
sem armas,
só decições,
todos são generais,
em busca da vitória.

com sorte e esforço,
busca e determinação,
de uma lado para o outro,
vai o pensamento,
mais rápido que o corpo,
hora de decidir,
o projeto,
tem que sair do papel,
e virar solução.

Dedicação da vida
assim é o dia,
assim é a vida,
ventania que passa,
espalha sua essência,
durante sua existência.

assim é a vida,
paradoxo que grita,
sem resposta justa,
em sua existência.

assim é a vida,
individual e dividida,
quando perde a sintonia,
e sem essência fica repartida.

assim é a vida,
no amor é plantada,
na união é regada,
no nascimento é contemplada.

ventania que passa,
sem resposta justa,
quando perde a sintonia,
individual e dividida,
no amor é plantada,
paradoxo que grita,
assim é o dia,
assim é a vida.
Para o dever cumprido
amanhã, todos os caminhos são novos,
faz parte da película,
da vida de cada um,
caminhos que se cruzam,
caminhos que se separam,
caminhos que iniciam,
caminhos que terminam.

assim foi o dia,
amanhã tem mais,
assim é o meu,
assim é o nosso,
assim é a vida.

amanhã, todas as respostas são novas,
faz parte da busca,
da vida de cada um,
respostas que atendem,
respostas que unem,
respostas que separam,
respostas que iniciam,
respostas que terminam.

assim será amanhã,
novos caminhos,
novas respostas,
com novas perguntas,
assim é a minha vida,
assim é a nossa vida,
assim é a vida.

O dia
O sono do justo,
No despertar do guerreiro,
À nova batalha,
Na busca por respostas,
Apesar de tudo,
Dedicação da vida,
Para o dever cumprido.

3 comentários:

Marli Carmen disse...

adorei....ficou super legal!

amandio sales disse...

Oi J.C muito bom o seu blog e os poemas são bacanas
Obrigado por visitar o blog Club dos novos autores e venho aqui agradecer seus comentários.
Um Abraço
Amandio Relações publicas clubenovosautoresblogspot.com

@ Moda e Eu. disse...

Oi, muito bom!

:D
beijocas, Sthé
CLUBE DE NOVOS AUTORES.